quarta-feira, outubro 09, 2013

O casino que nos desgraça


Com as modernas tecnologias, designadamente a informática e a internet, as transacções nas bolsas de valores acontecem ao segundo. Em vez de esperarem pelos juros e dividendos, os especuladores apostam na obtenção imediata de mais-valias, tentando comprar os títulos em baixa e (muitas vezes no mesmo dia ou na mesma hora) vendê-los em alta, como se de um gigantesco casino se tratasse e não de uma economia real da qual dependem biliões de seres humanos. As consequências desta selva financeira são conhecidas e dramáticas: a falência de empresas, que lança para o desemprego milhões de trabalhadores, e a escalada das dívidas soberanas (ou mesmo bancarrota) dos países economicamente mais frágeis, que conduz à proletarização e empobrecimento da esmagadora maioria da sua população.




Tudo seria bem melhor e mais fácil se acabassem com esta louca roleta ao segundo e o mercado secundário de capitais funcionasse apenas em seis ou doze sessões por ano. E os governos, em nome do interesse colectivo, bem podiam fazê-lo. Mas não o farão, porque embora sejam 'eleitos' pelos cidadãos, estão subordinados aos grandes interesses financeiros privados.
Resta a luta da humanidade pelo fim deste sistema imoral e insustentável. Ou a sua inevitável implosão. Mas até lá muitos milhões de seres humanos ainda pagarão com a vida. Desgraçadamente.

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